quinta-feira, dezembro 26, 2024
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“Bitcoin é inútil”, diz Banco Central dos EUA 

Um estudo recente divulgado pelo Banco Central dos Estados Unidos (Fed), reitera a visão crítica sobre o Bitcoin, apontando sua suposta inutilidade e sugerindo que o governo poderia taxá-lo ou até bani-lo. O documento de 40 páginas menciona a criptomoeda 110 vezes, refletindo um intenso debate sobre seu impacto no sistema financeiro.

Bitcoin é inútil, mas desafiador

Embora classificado como “inútil”, o estudo reconhece que o Bitcoin representa uma ameaça ao domínio do dólar americano. Segundo o Fed, essa moeda digital tem efeitos diretos na política fiscal, alimenta expectativas sobre inflação e desafia as estratégias de política monetária tradicionais, dada sua natureza inovadora.

Por meio de fórmulas complexas, típicas do jargão acadêmico, os autores do estudo sugerem várias soluções. Uma delas é a taxação do Bitcoin, uma estratégia que procura mitigar os riscos que a criptomoeda representa para a economia.

No entanto, apesar de sua análise extensa, a observação inicial do relatório sobre a irrelevância do Bitcoin gera questionamentos sobre a relevância de suas propostas.

“Em uma economia com mercados incompletos e consumidores suficientemente avessos ao risco, mostramos que o governo pode implementar de maneira única um déficit primário permanente utilizando dívida nominal e estratégias de Markov contínuas para déficits primários e pagamentos aos detentores da dívida.”

Esse trecho revela a complexidade da argumentação, que afirma que o Bitcoin prejudica a eficácia dessas estratégias financeiras.

Ameaças Apontadas pelo Banco Central

O relatório também destaca uma série de ameaças que o Bitcoin pode representar, como:

  • Aversão ao risco. Se os consumidores estão relutantes em correr riscos, podem optar por manter bitcoins e títulos do governo, mesmo com retornos reais insatisfatórios.
  • Estratégias de Markov. A negociação de Bitcoin poderia inviabilizar as estratégias de Markov contínuas, levando a um ambiente econômico onde o preço do Bitcoin, teoricamente, converge para zero.

Além das propostas de taxação, o Fed considera a proibição como uma alternativa para proteger o sistema monetário existente. “Esses resultados sugerem que uma proibição legal do Bitcoin ou um imposto sobre o Bitcoin são formas de repressão financeira que podem ser úteis quando a capacidade do governo de usar impostos sobre o consumo é limitada.”

Mas, apesar das recomendações drásticas, como o banimento do Bitcoin, sua crescente adoção nos últimos anos questiona a viabilidade dessas medidas. As ações parecem desconectadas da realidade atual do mercado.

Portanto, a discussão gerada pelo estudo do Fed mostra uma abertura para ideias que, até pouco tempo atrás, pareciam extremas, revelando como a criptomoeda continua sendo um tema polêmico no cenário econômico atual.

Imagem: Banco Central Americano / Divulgação

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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