quinta-feira, dezembro 26, 2024
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ETFs de Solana captam R$ 37 milhões na B3

A estreia dos primeiros ETFs de Solana na B3 (Bolsa de Valores do Brasil), que ocorreu há pouco mais de um mês, trouxe ao mercado uma esperança de inovação. No entanto, os resultados iniciais têm mostrado captações aquém das expectativas. Assim, até o momento, os dois ETFs disponíveis acumulam apenas R$ 37 milhões em ativos sob gestão. Esse número é bem inferior ao que outros fundos de investimento em criptomoedas alcançaram na bolsa brasileira.

Expectativas para o ETF de Solana

Dados da QR Asset Management revelam que o QSOL11, primeiro ETF de Solana, captou R$ 22 milhões desde sua abertura em 21 de agosto. Ou seja, ao ser listado oficialmente em 29 de agosto, o fundo começou com um patrimônio líquido de R$ 15,5 milhões e, desde então, conseguiu captar R$ 6,5 milhões a mais. 

Mas, embora o desempenha seja modesto, é considerado promissor por Theodoro Fleury, diretor de investimentos da QR Asset. Ele afirma que o “ETF de Solana foi muito bem recebido pelo mercado”, destacando que “os volumes negociados diariamente surpreenderam positivamente”.

A Hashdex trouxe seu ETF de Solana ao mercado em 6 de setembro, e, em menos de um mês, acumulou R$ 14,91 milhões em ativos sob gestão. Samir Kerbage, CIO da gestora, comentou que o SOLH11 é um investimento voltado para o longo prazo. 

“Ainda é cedo para fazer uma avaliação definitiva da sua recepção pelo mercado”, opina. Kerbage acredita na ascensão da Solana como uma plataforma crucial no setor de ativos digitais, o que pode aumentar a demanda por essa nova alternativa de investimento.

De acordo com Kerbage, “à medida que plataformas de contratos inteligentes, como a Solana, se consolidarem como uma infraestrutura chave para a economia digital nos próximos 5 a 10 anos, a demanda institucional por esse tipo de ativo crescerá significativamente.” 

Portanto, a aposta na Solana é um reflexo do potencial futuro. No entanto, atualmente, os ETFs de Solana não estão conseguindo igualar o sucesso de outras criptomoedas.

Comparações com ETFs anteriores

As captações iniciais dos ETFs de Solana contrastam com os feitos de outros fundos de criptoativos na B3: 

  • O QBTC11 foi lançado em junho de 2021 e acumulou R$ 104,15 milhões em ativos em apenas quatro dias
  • O QETH11, atrelado ao Ethereum, começou com R$ 80 milhões no dia de sua estreia

“Em 2021, vivíamos outra realidade em relação ao apetite pelo risco”, diz Fleury, destacando a diferença nas condições de mercado entre os lançamentos.

De qualquer forma, diante de altos juros e um clima de cautela em torno de investimentos em criptoativos, o desafio para o QSOL11 é ainda maior. 

Fleury reafirma que, dadas as “circunstâncias desafiadoras do mercado brasileiro, o valor levantado pelo QSOL11 foi um sucesso”. O cenário atual inclui um CDI de dois dígitos, junto a juros que, outrora nulos, agora giram em torno de 5% nos Estados Unidos.

O HASH11, que rastreia uma cesta de 11 criptoativos, fez sua estreia com R$ 638,4 milhões em 26 de abril de 2021. Em apenas oito dias, o patrimônio líquido superou a marca de R$ 1 bilhão. Kerbage ressalta que o lançamento do HASH11 ocorreu em um ambiente mais favorável, com o Bitcoin atingindo preços recordes e uma alta liquidez no mercado.

Então, num contexto onde investidores buscavam ativos de maior risco, o HASH11 foi um sucesso estrondoso. 

“Esse contexto gerou uma demanda excepcional, fazendo do HASH11 o maior lançamento de um ETF da história da B3.” – recorda Kerbage. O líder do segmento também observou um aumento de 30% no número de investidores em ETFs nas semanas seguintes à listagem do HASH11.

Desafios para o futuro dos ETFs de Solana

As dificuldades enfrentadas pelos ETFs de Solana se agravam ao comparar suas captações com as de ETFs estabelecidos, como o BITH11, que começou com R$ 49,93 milhões em 5 de agosto de 2021.

Então, após quarenta dias, já contava com R$ 71,70 milhões. Outro exemplo é o ETHE11, que teve um início mais difícil, registando um saldo negativo após seu lançamento.

Esses casos mostram que, mesmo em um ambiente desafiador, outros projetos de ETFs conseguiram se destacar. O desempenho atual dos ETFs de Solana, apesar de baixo, pode ser visto como uma janela para o futuro. 

Em resumo, real aceitação da Solana e de seus produtos financeiros estará atrelada ao comportamento do mercado de criptomoedas nos próximos meses e anos. Portanto, com o tempo, essas captações podem refletir um amadurecimento do setor, trazendo novas oportunidades para investidores e exchanges.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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