quinta-feira, dezembro 26, 2024
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Protocolo de privacidade da Microsoft é testado no Drex

A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) deu início nesta semana a uma nova fase de testes voltada para o Drex, a moeda digital brasileira. Este projeto, que é uma versão da moeda digital emitida por bancos centrais, utiliza um protocolo de prova de conhecimento zero (ZKP ou ZK, em inglês), desenvolvido pela Microsoft. Essa tecnologia visa garantir que as transações sejam autênticas e privadas, um aspecto vital no contexto atual de privacidade de dados.

Testando a privacidade nas transações no Drex

Assim, as soluções ZK são inovadoras na tecnologia blockchain. Elas asseguram a veracidade das transações e, ao mesmo tempo, protegem a privacidade das informações sensíveis dos participantes. 

Isso se torna ainda mais relevante considerando os desafios que o Drex enfrenta em aderir à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A natureza pública e rastreável das operações na blockchain contrasta com a necessidade de manter os dados das transações em sigilo.

A ABBC esclarece que o foco principal desses testes é validar a privacidade oferecida pela solução da Microsoft. Ou seja, garantir que as transações na rede do Drex e em soluções escaláveis conhecidas como rollups sejam confidenciais e acessíveis somente por carteiras autorizadas. Mas os detalhes cruciais, como valores e destinatários, não podem ser expostos ao público.

Além disso, a ABBC, envolvida no sandbox do Banco Central (BC), busca implementar crédito colateralizado em títulos públicos e transações com cédulas de crédito bancários (CCBs). A associação afirma que a nova solução mostrou-se apta a atender os requisitos de privacidade e integridade dos dados. 

Assim, as transações da moeda tokenizada estarão protegidas contra acessos indevidos, permitindo que apenas usuários autorizados visualizem as informações sensíveis.

Sílvia Scorsato, presidente da ABBC, enfatizou a importância dessas avaliações. 

“Os testes com a solução representam um passo estratégico na consolidação de um ambiente financeiro mais seguro e confiável.” – destacou. 

De acordo com Sílvia, a ABBC e seus parceiros estão comprometidos em fomentar tecnologias que garantam a integridade e a privacidade das transações financeiras. Esse esforço reflete um compromisso claro com a inovação e segurança da sociedade.

O papel da Microsoft no processo

Euricion Murari, diretor de Inovação e Serviços da ABBC, disse: “Esses testes representam um avanço significativo dentro do projeto do Drex em relação às soluções de privacidade.” Então, para ele, esse momento é crucial para o mercado financeiro, indicando a evolução e modernização desse sistema.

João Aragão, especialista em inovação para serviços financeiros da Microsoft, considerou essencial a validação da solução ZK. Ele afirmou que “essas etapas de testes nos permitem considerar os diversos cenários de utilização da moeda digital.” João também ressaltou a importância de desenhar as camadas de proteção necessárias para que o Drex funcione de maneira segura.

Entretanto, a introdução da moeda digital não é unânime e enfrenta críticas. A deputada federal (PL-SC) Júlia Zanatta manifestou sua oposição ao Drex por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Para ela, o “Drex é controle social, centralizado e contra a liberdade do cidadão”, conforme noticiado pelo Cointelegraph Brasil. 

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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