quinta-feira, dezembro 26, 2024
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Ripple quer transformar o Brasil em hub de tokenização RWA

A Ripple, empresa de pagamentos transfronteiriços, está se preparando para transformar seu escritório em São Paulo em um verdadeiro hub de tokenização de ativos do mundo real (RWA) na América Latina. A informação foi revelada pelo CEO da startup, Brad Garlinghouse, em entrevista ao Valor nesta quinta-feira (17). 

Ripple aposta em stablecoins e novos mercados

Garlinghouse destacou que a regulamentação avançada promovida pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem sido um dos principais motores para a expansão das operações da empresa no Brasil. Assim, para ele, o país está à frente dos Estados Unidos em termos de regulamentação no setor de criptomoedas.

Garlinghouse enfatizou a “oportunidade para alcançar novos investimentos” que essa nova fase representa. Dessa forma, a Ripple planeja criar uma infraestrutura regional de tokenização RWA utilizando a blockchain XRP Ledger. Essa iniciativa pode impulsionar a adoção do XRP, token utilizado pela empresa em suas transações internacionais.

O CEO da Ripple também manifestou otimismo em relação ao RLUSD, a stablecoin recém-lançada e lastreada ao dólar americano. Ele explicou que o objetivo é expandir para mercados mais alinhados aos Estados Unidos e aproveitar as vantagens da stablecoin em comparação ao câmbio tradicional. 

As taxas de negociação do RLUSD são significativamente mais baixas, o que pode atrair investidores e usuários. Garlinghouse comparou o RLUSD ao modelo de uso da Circle, emissora do USDC, outra stablecoin lastreada ao dólar. 

No entanto, ele fez questão de ressaltar que o RLUSD não deve rivalizar com o USDC, uma vez que a Ripple se concentra em clientes institucionais, como bancos e provedores de pagamento, enquanto a Circle foca no varejo.

Expectativas para o XRP e o cenário político dos EUA

Brad Garlinghouse demonstrou confiança na aprovação de um ETF baseado em XRP, apesar da postura crítica de Gary Gensler, presidente da SEC. Ou seja, mesmo com tentativas de barrar ETFs de Bitcoin, Gensler foi forçado a aceitar os fundos após uma decisão judicial. A Ripple também obteve uma vitória judicial importante contra a SEC, que tentava classificar o XRP como um valor mobiliário.

Mas em relação às eleições presidenciais nos Estados Unidos, Garlinghouse afirmou que o progresso regulatório das criptomoedas não depende da vitória de Kamala Harris ou Donald Trump. Essa afirmação reflete a confiança do executivo em um futuro promissor para o setor, independentemente do cenário político.

Assim, a Ripple anunciou o staking de XRP e uma sidechain que se conectará à Ethereum e 50 blockchains. Portanto, essa expansão fortalece sua presença no mercado global de criptomoedas e promete inovações que podem transformar a negociação de ativos no Brasil e América Latina.

Paulo Cardoso
Paulo Cardoso
Formado pela PUC-RJ (2002) em Jornalismo, com Pós Graduação na ESPM-RJ (2006) em Comunicação com o Mercado. Trabalhou em rádio, jornal, editora de livros como revisor e agências de publicidade como redator, estratégia de negócio e social media. Editorias trabalhadas: entretenimento, futebol, política, economia, petróleo, marketing, negócios, iGaming e tecnologia.
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